EVENTO PARALELO COSP: MULHERES COMO PROMOTORAS DE NEGÓCIOS JUSTOS E ÉTICOS

As mulheres, no mundo dos negócios, frequentemente sofrem preconceito, sexismo e discriminação. Constantemente excluídas de posições de liderança, são afetadas de maneira diferente dos homens no ambiente de trabalho. Ao mesmo tempo, há evidencias que estruturas organizacionais com um nível maior de boa governança e igualdade de gênero tendem a ser mais transparentes. Sendo assim, mulheres, quando empoderadas, podem ser importantes agentes de mudança na luta contra a corrupção.

No dia 25 de dezembro, a Alliance for Integrity, em cooperação com o FairBiz do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o PNUD Fiji, o Covestro e o Fórum Econômico Mundial em Parceria Contra a Corrupção (PACI), realizou um painel de discussões para compartilhar ideias e melhores práticas no campo do gênero e do combate à corrupção. Com o nome de “Mulheres como promotoras de negócios justos e éticos”, foi um evento paralelo da Conferência dos Estados Parte (CoSP), da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção. Mostrou como a integridade nos negócios, através de uma perspectiva de gênero, junto com políticas anti-corrupção dirigidas por líderes empreendedoras, podem criar impacto para o crescimento sustentável.

Cerca de 100 participantes estiveram nas discussões, que começaram com as boas-vindas de Shinta Kamdani, CEO do Sintesa Group e presidente do B20 Indonésia. Demais comentários foram feitos por um painel diverso de mulheres líderes, incluindo Irene Olkeriil, Presidente da Câmara de Comércio de Palau, Dr. Soipetch Resanond, Vice-Presidente da Federação de Mulheres Profissionais de Negócios da Tailândia, Linda Ofori-Kwafo, Diretora Executiva da Iniciativa Gana Integridade e Erika Diaz, Líder de Direito, Propriedade Intelectual e Compliance no Covestro México.

Shinta Kamdani enfatizou a correlação entre a desigualdade de gênero e a falta de integridade nos negócios, citando a diferença salarial entre gêneros e a exclusão de oportunidades econômicas. Ela destacou que um ambiente de trabalho equitativo, pode ajudar a combater a corrupção. Ainda, citou que a empresa que “abraça a integridade, a igualdade e a confiança, terá maior rentabilidade e sustentabilidade”. As demais oradoras compartilharam perspectivas valiosas e exemplos de Gana, Palau, Tailândia e México. Como representante do setor privado, Erika Diaz sublinhou o papel crucial do setor privado e destacou a necessidade da Ação Coletiva, apelando para que governos adaptem políticas públicas à uma perspectiva de gênero e às empresas para que criem ambientes de trabalho seguros, livres de práticas corruptas e centrados na capacitação de mulheres.

Além disso, o webinar apresentou a oportunidade de compartilhar ferramentas práticas pioneiras no campo de gênero e combate à corrupção. Como o Toolkit de Mulheres Empreendedoras de Palau, o Treinamento de Mulheres Líderes em Negócios Íntegros da Tailândia e o Café Íntegro da Alliance for Integrity. Mais ferramentas podem ser encontradas aqui.

Graças ao envolvimento ativo das participantes, o evento foi concluído com recomendações-chave, incluindo a necessidade de atenção para a relação entre a desigualdade de gênero e o combate à corrupção, bem como de reforço das capacidades de jovens empresárias para serem agentes de mudança. As oradoras e as participantes também destacaram a importância de defender e apoiar o diálogo com o setor público bem como assegurar que o governo incentive o setor privado, para promover políticas mais sensíveis à gênero. Por último, é essencial que mulheres líderes sejam exemplos para negócios éticos.

A gravação do evento pode ser vista aqui.

Autora: Michelle Martin