05.05.2020
Alemanha, Online
O compliance está se tornando cada vez mais importante para toda a cultura corporativa. Seguindo o princípio de um tone of the top, a gerência tem uma responsabilidade especial.
Com isso em mente, a Alliance for Integrity, juntamente com a Rede Alemã do Pacto Global Da ONU e o Instituto Alemão de Compliance e.V. (DICO e.V.) organizou um webinar no início de maio sobre o assunto Compliance de Liderança.
Como contribuição teórica, o advogado Georg Gößwein, árbitro independente, mediador e sócio-gerente da PLLOB Compliance GmbH, apresentou desafios e possíveis soluções que surgem da integração do compliance na cultura corporativa. Com perguntas interativas, ele convidou os 100 participantes para avaliar questões atuais e contribuir com suas próprias experiências para a discussão. Usando estudos recentes como exemplos, Gößwein explicou que muitos gerentes precisam estar mais conscientes sobre o compliance. Os regulamentos de compliance são importantes, disse ele, mas muitas empresas carecem de uma cultura viva.
No passado, o medo e as crenças firmes eram as forças motrizes para ancorar o compliance a longo prazo. Como resultado, muitos gerentes hoje em dia são confrontados com um dilema de compliance que precisa ser superado. Isso ajuda a entusiasmar os gerentes pelo compliance. Para alcançar isso, Gößwein sugere atribuir áreas específicas de responsabilidade com relação ao compliance. Na votação interativa, os participantes do webinar estavam convencidos de que os gerentes deveriam entender o compliance como uma de suas tarefas. Além disso, as competências e um senso de responsabilidade pelo tema também devem ser promovidos dentro da empresa. Com esse chamado TCR de gerenciamento, os gerentes podem estabelecer uma cultura corporativa transparente, baseada na integridade. "O compliance deve se tornar parte integrante do DNA corporativo", enfatizou Gößwein.
Posteriormente, Regina Pede, diretora de integridade Alemanha na Vattenfall GmbH e chefe do Grupo de Trabalho de Compliance de Liderança da DICO e.V., deu ideias sobre práticas corporativas e compartilhou experiências de seu trabalho diário pessoal.
Em sua apresentação, ela destacou o papel dos gerentes e responsáveis pelo compliance como embaixadores da integridade. Os oficiais de compliance não devem agir como uma autoridade de controle, mas sim apoiar e auxiliar os gerentes em sua tarefa de garantir a integridade. Os funcionários seguem principalmente o gerente, não o diretor de compliance. Portanto, é uma tarefa de compliance fornecer diretrizes, materiais e treinamentos claros, além de oferecer conselhos e suporte.
Nesse contexto, a gerência intermediária, em particular, está desempenhando um papel importante. O foco está no relacionamento entre gerentes e seus funcionários. Pede explicou: "Não basta envolver apenas a alta gerência em questões e comunicações de compliance. Uma cultura de integridade eficaz é melhor praticada no ambiente de trabalho direto. Os superiores têm uma função de modelo que devem cumprir ativamente. Isso requer uma cultura de erro, em que as infrações podem ser comunicadas abertamente e sem medo. Ao admitir seus próprios erros e torná-los transparentes a seus funcionários, os supervisores criam um ambiente de confiança. Também foi demonstrado que é melhor discutir abertamente os erros dentro da equipe, para que todo o departamento possa aprender com eles.
Além disso, Pede enfatizou o papel de medidas comprovadas de compliance, como a integração de problemas de compliance em mensagens da alta gerência e o intercâmbio entre diferentes departamentos. O tópico da triagem pré-emprego despertou interesse particular entre os participantes. Além de exigir um certificado de boa conduta, o entendimento dos candidatos sobre a integridade corporativa já pode ser testado dentro do centro de avaliação. Segundo Pede, o diálogo e a cooperação com o departamento de RH e a alta gerência são essenciais nesse contexto, pois esses processos são de sua responsabilidade e não podem ser introduzidos apenas pelo departamento de compliance.
Com base nisso, Gößwein apresentou abordagens teóricas para a construção de uma cultura corporativa de integridade. Ele enfatizou que os funcionários precisam de ajuda em processos difíceis de tomada de decisão. Ele explicou: "As empresas devem oferecer a seus funcionários diretrizes de orientação sustentáveis e compreensíveis. Menos muitas vezes é mais. Uma fórmula simples para um bom compliance, que os funcionários lembram no momento da tomada de decisão, evita violações. Idealmente, a fórmula deve cobrir todos os aspectos para um bom cumprimento e enfatizar a função de modelo de cada indivíduo. Se os funcionários internalizarem o compliancee dessa maneira, isso levará a uma mudança de atitude. Dessa forma, os funcionários poderão tomar decisões intuitivas com integridade.
Por fim, Gößwein recomendou que a administração refletisse continuamente sobre a cultura de integridade por meio de um catálogo condensado de oito perguntas. Somente desta maneira os processos existentes podem ser otimizados e possíveis situações de crise evitadas.
Autores: Elena Rittger e Tiam Ghorab